quarta-feira, 9 de junho de 2010

"Homens não choram!"

“Homens não choram” – Essa era a única frase que me vinha à cabeça quando eu me emocionava, frase que era apenas mais um dos plágios da religião judaico-cristã, hipócrita. Entretanto mesmo não estando disposto, mesmo tentando evoluir, eu sabia que essa frase me perseguiria até o último dos dias.




Já estava entediado... Entediado de tanto pensar no que estava pensando, de tanta solidão para uma pessoa que ainda tinha muito que realizar. Estava disposto a “curtir” a noite, badalar, como nos velhos tempos, quando a mocidade ainda habitava meu ser. Sabia que aos sábados a boate abria; sem muito pensar, tomei um banho, me perfumei e coloquei uma boa roupa.


Mesmo vendo tanta gente nova logo de cara na fila da entrada, mesmo eu sendo uma pessoa que aparenta ser bem mais jovem, bateu um grande medo da não aceitação. Mesmo relutante, eu decidi entrar, pedi uma dose de Whisky, acendi um cigarro e sentado, fumando, pensando, observei que um dos olhares me fitava; como eu estava disposto a um sexo rápido e fácil logo me aproximei, sem muitas palavras e beijos, fomos ao banheiro; logo entramos em uma cabine e o tesão chegou, eu, sentado no assento e ela de pé na minha frente, beijei sua barriga e fui descendo com meus lábios, com precisos movimentos abaixei a saia e como uma rápida preliminar fiz um sexo oral; me levantei e abaixei as calças, com os dedos tocando todo o corpo dela o prazer chegou rápido para ambos. Sem nenhuma cerimonia, com um sorriso nos despedimos e ela foi direto ao espelho arrumar a maquiagem enquanto eu saia do banheiro.


Contei o dinheiro e vi que era o exato para pegar o táxi e mais uma dose; em paz, feliz por ter feito bem a noite, terminei o copo e fui para casa.


Debruçado sobre a varanda, após um banho purificador, acendi mais um cigarro e me lembrei do sexo rápido, do olhar na boate, da solidão, e que eu não podia chorar.










Quando prendo o choro, afogo meus sentimentos; toda essa água, mágoa que deveria sair, inunda meu coração e cria essa fina película que me protege, película que parece ser forte e resistente, mas que apenas espera o momento que a pressão não aguente mais e a rompa.


*Enfim, de que adianta se dizer forte quando se é fraco? Quando já sou previsível em minhas atitudes e escrevo histórias melancólicas sem muito sentido? Talvez, juntando essas letras tenha a impressão de que não sou feliz, mas, é ai que se engana, me sinto numa felicidade plena tentando aprender e evoluir, mas sempre com a minha “película” (ATÉ QUE ELA SE ROMPA!).

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