quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Gosto de rolar na cama, lembrando como foi, e como queria ter sido. Gosto de gostar, gosto do gozo e da dor de gozar. Gosto de ti, do meu jeito encaixado no teu... E assim, no gosto; desgosto de pensar, pois quero dormir e meu sono foi contigo.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Olhar o céu faz bem. Ainda mais em dias como hoje,
onde fenômenos quase raros acontecem.
Ainda mais para dias como hoje,
onde pessoas fazem falta..
A imensidão do céu faz aproximar as pessoas; que mesmo distantes, estão olhando para o mesmo lugar.

Escrito em 25/12/2012 - Dia em Que Júpiter se escondeu atrás da Lua.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Que merda.

O sol já vai nascer; e esta merda não morreu.
Maldito mundo que morre e nasce todas as manhãs!

Tudo o que era vida já se foi.

 O sol nas costas, o beijo na grama que havia na areia; um sorriso que parecia ser, mas nunca foi; meu.
 Mais de um ano se passou, (doença); ainda vejo as fotos, e parece que nada morreu; só eu e você.
 Perdeu toda a beleza da vida; a carne flácida; drogas. Para mim: Toda beleza ainda há, (sinto na mentira), ainda sentir o que sente em ti.
 Guardado na memória, vivo ainda apenas ela; pois meu eu -Morreu.
 Fixação.
 Pensamentos tão alheios quento meu eu.
 Te amo? Hoje com exclamação. Porém, a certeza vive (morta).


"Pois quando eu te vejo eu desejo teu desejo"

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Súplica de um para dois; para enfim, um.

 Quando nela pensar, não se afaste de mim; por mais que hajam outras vidas além da nossa em nós, enquanto estivermos juntos, somos apenas dois e o mundo, pois te quero completo, assim como te quero entregar-me.
 Não se esqueça amor, tudo o que é pouco não me satisfaz; não há parte alguma que me sacie, pois quero te amar, assim como amo o conjunto, assim como amo o blues que há em nós. E caso se lembre da outra, não me desvie o olhar, pois são dois sentimentos.
 Não te rogo por uma escolha, apenas exijo: Enquanto houver nós, só nós haverá!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O Fim.

 Acordo, porém, meu corpo continua moribundo; como se não tivesse levantado.
 Olho o tempo. Que tempo? Tudo parece estático, inseparável da imaginação. Como vim parar aqui? Parece que simplesmente surgi neste novo lugar.
 É como sentir nunca ter mudado, estar continuamente numa posição que nunca houve. O passado nunca existiu, foi apagado da memória; porém, sou aquele mesmo de antes.
 Porra, embriagado, os pensamentos não vem. Mesmo assim, continuarei...

 Saber ter esquecido, porém, lembrar a todo momento; mas simplesmente como uma lembrança boa; como um passado que se foi, e que se tem vontade de viver novamente.
 O amor é assim. Hoje, no vazio, sinto vontade de reviver toda aquela força que construiu e destruiu tudo o que havia em mim. Naquele começo, onde tudo o que se queria era a completude, que parecia completamente possível. E no fim, onde tudo o que fazia era entregar-se; doar-se e dar-se de um modo onde não seria mais possível escapar.
 Mas como tudo na vida, um começo, sem meio, e um fim.
 Fim este, que nunca se acabará; repetir-se-á num ciclo, infindável. Amor, olhar, cheiro, sexo e ódio; sempre juntos.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

 Inevitável o querer um apoio; um alguém que num abraço te complete o mundo.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

O Buraco.

Enfim, estamos sós.
Não há em quem nos apoiarmos...
Pais, Deus, Amores...
são todas tentativas frustradas de apoio.
Onde melhor conseguimos nos apoiar, é nos filhos.. Mas, ao você se apoiar nele, tu abre um buraco nele. O mesmo que tua mãe abriu em ti.
E isso é inevitável.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A Cruz.

 Como um corpo vazio, um buraco faltoso; me perco nessas fantasias escapistas, fingindo qualquer tipo de satisfação.
 Carregamos o fado da morte, bastando apenas ter nascido; sucumbindo às luxúrias e mentiras agradáveis, que fingidamente aliviam o pesar de existir.
 Como se já não bastasse a insatisfação, construo também a necessidade de por no outro a falsa ilusão de que possa me dar este objeto que creio ter perdido sem nunca te-lo tido.
 Me fado à frustração.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

La sodomie.

 A música alta já confunde meus pensamentos. O filme que vi, só me remete a ti.
 Tentar te proteger foste o meu melhor pecado, pois só assim compus aquela canção que já estava perdida em algum canto empoeirado de mim; se é que este canto existia antes de ti.
 Hoje, lembranças se engasgam em saudade entrelaçadas no vazio e me perco no que sinto, me perco em teu corpo que uma noite já foi meu. Sim. Creio que naquela noite teu corpo foi por completo meu, terreno, morada; pois graças a esta noite, posso dizer que um dia houve nós.
 Vida só não se vive, nem só de sozinho, nem só de apenas vida; pois em ti descobri o prazer que a dor oculta, a morte que se faz viva na antiga presença da cama do eu sozinho. A dor que se ocultava em mim quando um sorriso teu raiava, e logo depois despontava no adeus.
 A Deus, deixo esta carta; este confesso de um dia meu que morreu quando o sol nasceu.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Cordel que só a gente entende

 -Cão, sua definição limitada à respeito do mundo, onde julgas tudo ser prontamente definido baseado na visão comum, nada mais é do que o reflexo teu, vazio em tudo.
 -Cavalheiro travestido de vadia; saiba que o dia em que todo este teatro que faz à respeito do teu mundo eu fizer real, realmente saberá o que é dor!

 Belzebú estava disposto a tornar fato a promessa de fazer toda aquela dor que as pessoas inventavam em real. E com suas juras feitas, cavalgou diretamente para sua bola de fogo e nunca mais foi visto...




  "Me diz o que é sufoco pequena,
eu te mostro alguém a fim de te acompanhar..."


sexta-feira, 27 de julho de 2012

Work me Lord.


Não sabe o quanto é difícil
Tentar viver totalmente sozinho
Todo dia eu tento ir pra frente
Mas alguma coisa me empurra pra trás
Querido, alguma coisa está tentando me segurar
Do meu jeito de viver.

Eternidade em um segundo. Frase feita.

 Mas o cansaço chega muito depois do que eu imaginava.
 Continuo a insistir em uma paixão a qual creio e insisto ser amor.
 Não me basta ver suas memórias com a outra para creditar que tudo se perdeu; pois ainda acredito em suas palavras:
 - O que sinto por você, é amor.
 Não me basta insistir que nada é real. Pois o que sinto é completamente diferente do que construí até hoje em cima dos valores.

 Em uma noite atrás de eu mesmo, te conheci, na praia te amo, por quase uma fração te odeio,digo de ti mal dizer, depois, te amo mais. Espero que um dia seja; e se não for, será!

 E assim, me escondendo por detrás das frases feitas, apenas penso em dizer o que quero que seja. O amor.
 Boa noite meu bem, fique bem!

E assim tento finalizar uma noite infindável, como todas as outras desde que te conheci.

Por um tempo não me lembrei mais de você; mas quando voltou, eterno.

domingo, 15 de julho de 2012

Marata


 Cansado de te esperar, tomei aquele vinho inteiro que havia comprado para nós comemorarmos nosso reencontro. Já embriagado, com Janis ao fundo, me deitei na cama que havíamos nos amado na noite anterior; lembrando-me de tudo o que havíamos vivido, e sem raiva, esperando que desse 8 da manhã.
 Pois sei que vale a pena. Quando há amor, a raiva nunca é maior do que a tristeza, e a tristeza é aniquilada pela esperança de nos vermos novamente. Quando somos dois, somos um; e quando apenas um nada. E assim, com um cigarro na mão, te espero na porta de nossa casa, olhando para os dois lados da rua, orando para você aparecer com aquele sorriso e mais uma vez nos amarmos naquela mesma cama.

Numa manhã, as três indo comprar café, e eu, sempre pensando demais!
O café estava horrível.

terça-feira, 26 de junho de 2012


 Quando você percebe que até a saudade tem que haver, para quando houver troca de olhar ser mais gostoso... pois a rotina do encontro é cansativa; é que se enxerga que quando se é amor, tudo deve ser bom!
 Se faz mal, não é amor.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Involuntário


Sinto saudades do primeiro amor que tive, do primeiro cigarro que fumei, do primeiro drink que tomei e do meu primeiro sexo... Pois todos eles foram escondidos, e hoje, já não tem mais tanta graça; apenas se repete, quase que involuntariamente, como um vício.



"Deixe-me ir, preciso andar.
Vou por ai procurar, sorrir para não chorar."
Cartola

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Miséria

 Minha garganta está tapada. Preciso de algo que me dê alguma sensação de vida. Gritar.
 Queria queimar por inteiro, de uma vez; não queimar aos poucos, perdendo toda a luz. Quero iluminar todo o mundo com meu brilho, e me apagar de uma única vez! Tudo o que é pouco não me satisfaz, eu quero tudo; eu quero o todo.

terça-feira, 5 de junho de 2012

A fórmula do amor.

 
 Amor é aquele que dá e passa; porém, fica guardado eternamente em nossa mente.
 Como é incrível sentir a liberdade de nadar por todos os mares.
 O AMOR de verdade, é aquele intenso, que dura pouco; como um montinho de pólvora que ilumina muito, por muito pouco tempo... E logo depois, de amor, se transmuta em saudade, e de saudade, o fim; nostalgia.
 A nostalgia é a depressão dos que amaram demais, rápido demais.
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-Me dá teu abraço?
- Meu Mundo Caiu.
-Meu Dean, te amo.

terça-feira, 29 de maio de 2012


De tanto desacreditar no amor, ele bateu na minha porta, se mostrou real, me abraçou e eu acreditei nele. Por fim... me deu um tapa na cara, e um chute na bunda!
~Murilo Kill

Um Outro Alguém...

 A distância nos separou por forças maiores...  Porém, o desgraçado do meu coração não consegue reconhecer distância, e muito menos as ciladas que o tempo me arma! Pois sempre resta o cheiro em mim daquela pessoa que já saiu da minha vida em carne, não posso mais sentir sua pele... Mas meu coração, clama por mais um último beijo.

 Não imagina como doi, ver uma foto dela com outra, dizendo ser seu novo amor!
 Para Dean.

"...minha vida que não me ama, minha amada que não

me quer, seduzo as duas."
Jack Kerouac       

sábado, 12 de maio de 2012

Suspiro final

 Como é fácil estragar algo que deveria ser perfeito.
 Uma palavra, um olhar de desprezo. Tudo me faz mal. Saudades de um futuro, lembranças que me dão vontade de seguir.

Andre Prando, camburi, K.

domingo, 22 de abril de 2012

O meio.


 Num desses desencontros que deixam ar de encontro, se mostrou que o amor não era impossível.
 Agora, vou lembrando cada canto que passamos, como fantasmas do passado, que se tornam presentes no futuro. Como se sua impressão estivesse marcada em cada lugar onde houve presença, e seu cheiro estivesse preso na minha memória.
 Um misto de prazer e dor, amor.
Já que não acredito em suas palavras, digo em segredo, sepultado nesta página, sussurrado em caracteres, escondido na minha alma: - Te amo.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Solitude

 Com essa mania de sempre diminuir os outros, o que me resta é a solidão.
 Frases feitas, alegrias inventadas, tudo se torna triste quando a solidão assola o meu mundo.
 Ah, a solidão; meu maior medo, meu pior pesadelo. E parece que todos os caminhos que trilho, todas as escolhas que sigo, me levam a um único lugar.

 Todos e tudo à minha volta parecem ser inferiores. E a unica maneira de acertar tudo isso é o álcool. Aquele que traz arrependimentos e satisfação.
 Com o copo sempre meio cheio, a alma meio vazia; tudo em mim se volta contra a eternidade de minha vida.
 A eternidade em tudo o que é finito, num estado de calamidade em minha vida, onde tudo o que quero parece ser mais distante do que aguento; onde a rotina distancia tudo o que me é desejo e vontade.
 Me acostumei com essa merda toda, não tenho mais vontade de seguir, de desejar, procurar e almejar.
 A rotina, a qual tanto corri se faz presente nas fugas, nas escapatórias. As memórias que sempre se tornam presentes, os desejos, cada vez mais distantes, só me resta a fuga deste mundo. Meus medos que se voltam contra mim a cada hora de dormir.
 Quero, desejo alguém do meu lado, mas tudo o que faço é distância. Eu quero distância do mundo, distância de mim, longe de tudo o que me faz rir, eu sou o oposto. Tenho medo da solidão, de acabar em uma solidão a dois, por não ter aproveitado a chance que me deu o mundo.
 Eu PRECISO sorrir, mas, com tudo o que eu sinto, com tudo o que eu vivo; já não me parece mais real o amor. E esta seria minha ultima escapatória, minha ultima fuga.
 Moral da história? Isso é só em Esopo. Onde tudo te ensina algo, tudo tem alguma coisa a ser dita. Nada se encaixa em mim.
 Porra, eu devia estar satisfeito! Eu tenho muito. Minha família me ama, minha amada me quer, sou o melhor de meus amigos... Mas preciso de distância, isso é o que ninguém entende.
 Preciso da solidão, de algo que me faça lembrar quem eu realmente sou. No mundo, eu evoluo sozinho, enquanto todos ficam para trás, eu estou à frente.

 E assim, não consigo concluir mais uma ideia...

Solitude é o estado de privacidade de uma pessoa, não significando, propriamente, estado de solidão.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Doce Vida


Quero que saiba que não colocarei a culpa no meu passado, no meu presente, no cigarro. Sou uma pessoa só; sempre fui eu mesmo, até com máscaras que cobrem meus prantos, nunca deixei de ser eu.  Aceito que duvide de tudo o que vier de mim; exceto minhas promessas e sentimentos.
 Não reclame de mim por acordar todo dia diferente, pois você, a cada instante muda; eu ao menos, permaneço um dia inteiro com o mesmo humor.

Não demore a me ligar.
Os calmantes já fazem efeito.
Se eu não responder,
É que meu corpo já deu defeito.

Não vou culpar o cigarro nem o cansaço.
O que trago no peito veio antes de mim,
Essa dor que nunca chega ao fim

Sou uma pessoa boa
Um dia eu descubro isso.
O dia em que tudo fizer sentido
E que tudo terá um novo início.

Por mais que eu tente me soltar
Algo me agarra por trás,
É o passado querendo me puxar
Para o mesmo poço que deixei antes de saber voar.

Acordo cada dia diferente
Mas todo dia sou eu
Mesmo com máscaras cobrindo o choro
É minha alma num riso abstinente

Cada vez que aprendo a voar
Minhas asas são cortadas
E volto para a realidade
Com essas pessoas que só querem me almadiçoar

O fim já está chegando
Não fiz metade do que quis
A vida não me permite o bis

Boa Noite doce vida
Amarga na mentira
Que se faz verdade com o passado
Enquanto ando por essa avenida.


Após Renata

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Asfixia e Carinho


Meu relacionamento de seis anos desmoronou por entre os meus dedos, sem eu nem ao menos perceber quando foi que eu deixei de me importar.
Eu sei que é difícil acreditar que uma relação de seis anos possa ter dado errado, devido ao duradouro tempo, mas certas coisas já brotam em um terreno instável e irregular e tendem a esmorecer com o tempo, longo ou não. Alguns pesam relações medindo forças entre o que sobrou de bom e aquilo que de ruim lhe foi imposto, mas é complexo definir o que de fato foi bom devido à presença do outro ou apenas devido ao momento, independendo com quem o fosse, o que vale também para a infinidades de momentos tristes a que qualquer relação está sujeita. Contudo, o que de fato importa é o quanto o outro o afasta da sua essência e lhe rouba sua subjetividade, ou mesmo o quanto outrem destrói seus sorrisos e sonhos e o apreende em um emaranhado de culpas e precisâncias, que no fim pouco importam ou valem, mas que mesmo assim aprisionam e amedrontam. No fim, a solidão a dois é asfixiante e você percebe que não sente falta mais de uma pessoa, mas de um alguém que lhe abrigue em dias nublados e que lhe eleve em dias de sol. Um alguém, qualquer alguém.
Então, em uma tarde chuvosa, questiono: de seis, quantos anos foram vividos com amor (amor?) e quantos foram frutos de rotina, necessidade e carência? Já não mais importa, naquele milésimo de segundo, em que um 'sim' ou um 'não' podem mudar o destino das almas para sempre, a escolha foi, enfim, exteriorizada.
Vazio. Vazio. Vazio. Não aquele vazio que pode ser preenchido, mas um vazio que assusta justamente pelo fato de ser impreenchível. Um vazio que guarda a solidão. Um vazio que pressente o medo - medo de não ter. Um vazio egoísta, que insiste em lembrar tudo que foi perdido, e que faz falta. Mas não o que de fato foi perdido, mas aquilo que nunca se teve, apesar da ansia de se ter. Então você lembra de uma voz tranquila em noites turbulentas, um abraço terno em tardes solitárias, um beijo carinho e palavras confortantes, quando nada mais parecia ter sentido. E você, só então, em uma epifania estarrecedora, percebe que você não sente falta do que já não existe, mas do que nunca existiu, do que era só sonho e do que fez aqueles seis anos perdurarem tanto e se esfacelarem em segundos, a ansia desesperadora de ter e a frustação desoladora de nunca ter tido.

Ano Novo


Falta uma hora, mas o minutos se arrastam e carregam consigo toda dor da minha alma.
Pessoas andam a minha volta, discutem assuntos aleatórios e nada parece fazer muito sentido. Estou alheia.
Me sinto só em meio a tantas personagens esperando ansiosas a chegada de mais um ano. Tento me fazer elas, mas não funciona, algo se quebrou: talvez meu rosto esteja limpo demais para fingir uma necessidade de um ano melhor, a dor não vai embora, tampouco o vazio. Meus pensamentos se perdem em um fluxo contínuo, sem máscaras. A moldura de família feliz não me satisfaz, eu quero mais, quero verdade, quero dor.
Os minutos se arrastam e nada muda, a não ser os assuntos que se tornam cada vez mais desinteressantes e asfixiantes. Saio. Não consigo mais segurar a máscara. As risadas já não saem, mesmo que forçadas. Os comentários se calam diante de tanta inutilidade. Me sinto deslocada, me sinto só, e acho que a solidão me cai muito bem, pois estando só consigo adentrar meu mundo de dor e me sinto ao menos confortável para sofrer em silêncio.
Faltam poucos minutos e todos os meus músculos não suportam mais a espera. Termine de uma vez!
É hora! Não consigo proferir palavra alguma de esperança, meu coração está mais silencioso que a morte. Me dou o direito de nada falar, só sentir. As pessoas estranham, me abraçam mais forte e me desejam uma infinidade de sentimentos abstatos, como se pudessem mudar algo. Não, elas não podem. Ninguém pode.
Enfim termina. Alívio. Quero meu quarto, quero Cazuza bem alto, quero Martini: quero meu mundo.
Ainda me limito a ter um único desejo: ele. Mas ele não faz parte desse mundo, acho que nunca fará.
Não importa, às vezes penso que ele é o meu mundo, meu sentido. Assim seja nos novos meses, na nova velha vida de sempre.