sexta-feira, 6 de maio de 2011

O amanhacer vem mais tarde

 Estou dezessete anos mais velho agora, procurando aonde quero chegar. Mas isso não faz diferença agora, pois eu sei que sempre vou poder tentar mais uma vez... Até o dia em que eu morrer!

 Estava sentado à beira mar, observando aqueles pêlos suados, descalços; procurando talvez alguem que me deixasse chupar. Um cigarro após o outro, esperando alguem se aproximar. E foi simples assim, ele me pediu um cigarro, puxou algum papo escroto, falou sobre mulheres, bebidas e drogas. Falta de sexo! E pensei que esse não era o problema naquele momento. Já tinha sacado aqueles olhares secos sobre mim, pupilas dilatadas, voz melosa; cautelosamente, aproximei minha mão sobre seu órgão, esfreguei de pau duro já há longo tempo, aquele sorriso de lado apareceu em ambos.
 -Sabia!
 -Onde podemos ir?
 -Talvez em qualquer lugar, ou em lugar nenhum!
 No meio do mato, aquela cabeça roxa se expôs:
 -Nome?
 -Fernando!
 -Prazer!
 -Só vem depois!
 Minha boca se aproximou com nojo do crack, chupando pelas beiradas, pois estava sujo.
 -Te verei novamente?
 -Quem sabe algum dia? Ou dia nenhum!?